16 setembro 2012

Quem Lê, Viaja.



Quem lê, viaja, afirma o certeiro dito popular. Porém, quando não há livros por perto, é preciso fazer com que a leitura “viaje” até o leitor. Iniciativas que facilitam o acesso à literatura existem há tempos, em todas as partes do mundo – como as pequenas bibliotecas nas paradas de ônibus de Brasília e em pontos estratégicos de qualquer grande cidade. Em território potiguar, os projetos na área ainda são poucos,  mas bem articulados. O itinerante BiblioSESC, e o fixo Livro Sem Fronteiras, nas estações de trem, estão próximos de completar um ano de atividades, com bons resultados. Já o programa Arca das Letras tem oito anos de circulação pela área rural do Estado, com grande aceitação. Cada qual, cria um novo capítulo de possibilidades no incentivo à leitura. 

O caminhão do BiblioSESC recebe uma média de 200 visitas por dia. A unidade móvel conta com um itinerário fixo nos bairros de Mãe Luísa, Rocas, Nova Natal, Cidade da Esperança, Santa Catarina, Conjunto dos Garis e Felipe Camarão, além do presídio feminino em Parnamirim. Ilsa conta que os bairros foram escolhidos conforme levantamento feito para observar suas deficiências quanto a presença de opções de leitura.

Ao chegar no bairro escolhido, o BiblioSESC procura fazer parcerias com escolas, conselhos comunitários e igrejas, a fim de obter apoio logístico no local. No caminhão/biblioteca os visitantes são recebidos pela auxiliar Maria Bethania Lima. Ela orienta quanto as leituras, e faz o cadastro dos interessados em pegar um livro emprestado – basta levar identidade e um comprovante de residência. É montada ao lado do caminhão, uma área externa e coberta, com mesas e cadeiras, para quem quiser ler no local. Ela estima que houve até agora 8.500 empréstimos, num total de 13.552 consultas realizadas no mês de agosto. 

“É comum os filhos pedirem aos pais para levar um livro também”. As crianças são sempre os visitantes mais entusiasmados, afirma. O pequeno Cauã Morais, de cinco anos, confirmava a afirmação, enquanto se debruçava num livro colorido do acervo. Ele foi trazido pela mãe, que estava visitando o local pela primeira vez. “Acho ótimo que existam espaços como esse. Minha mãe, que também é professora, me pôs o hábito de ler, e quero poder incentivar meu filho desde pequeno também. Isso é muito importante”, afirma. 


Fonte: Tribuna do Norte  
 


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